Suspeitos de estupro de indígena são soltos e medida causa revolta em Conselho Tutelar. Delegado de Borba diz que laudo médico não atestou evidência da violência sexual. Outro exame, contudo, confirma que houve “conjunção carnal”.
Dois rapazes suspeitos de cometer estupro em uma menina indígena de
14 anos no município de Borba (a 151 quilômetros de Manaus) foram soltos
na última sexta-feira, medida que causou revolta no Conselho Tutelar do
Município. O delegado de Borba, Eunaudo Rodrigues, disse que soltou os
rapazes porque o laudo do Hospital Dr. Galo Manuel Ibenezes, no
município de Nova Olinda do Norte (a 135 quilômetros de Manaus), vizinho
de Borba, “afastou a possibilidade de conjunção carnal”. O documento,
que a reportagem teve acesso, de fato atesta esse resultado. A resposta
foi negativa para outros itens envolvendo o exame.
O Conselho Tutelar de Borba, contudo, questiona a decisão do
delegado, tendo em vista que um segundo laudo, feito no Hospital Vó
Mundoca, para onde a garota foi transferida, confirmou a “conjunção
carnal”, embora não tenha especificado a data do ocorrido (uma cópia deste documento também está em mãos da reportagem do portal).
A instituição promete relatar o caso à Promotoria do Município (cujo
titular só retorna em fevereiro, por estar atuando também em Manaus) e
ao Ministério Público Federal (MPF) para pedir providências que
esclareçam este caso, descrito por ela como “mal explicado”.
A conselheira tutelar (que não quer ter seu nome divulgado) disse que
a história envolvendo o caso da menina “está estranha”, a começar pela
demora do laudo feito em Nova Olinda do Norte ser entregue – somente
nesta sexta-feira, dois dias após o exame.
Demora
A menina de 14 anos, da etnia munduruku, em depoimento dado ao
Conselho Tutelar, foi violentada e agredida na última terça-feira, na
comunidade Foz do Canumã, na jurisdição de Borba. Como a comunidade está
localizada mais próxima de Nova Olinda do Norte, ela primeiramente foi
atendida no hospital desde município, na mesma noite do ocorrido. Na
quarta-feira, a garota foi transferida para Borba, onde novamente foi
ouvida na delegacia e encaminhada para um hospital, o Vó Mundoca.
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Extraído de: Pragmatismo Político
Fonte Primária: A crítica (uol)