Fonte: Blog do Zé de Fátima - 24/07/2013
Um grupo de 31 trabalhadores de Vargem Grande que foi levado dia 12 de julho para trabalhar numa colheita de café no sítio Catalão em Nova Rezende Minas Gerais com promessas de altos salários, chegou na manhã de hoje em sua terra natal. Os trabalhadores foram levados por uma empresa de turismo de Caxias Maranhão, com a promessa de ganharem R$ 7.000,00 (sete mil reais) em três meses. Ao chegar lá a realidade foi outra.
A diária variava, mas não ultrapassava R$ 15,00 (quinze reais). Os trabalhadores que dormiam em colchões no chão sobre fezes de carneiros, eram obrigados a pagarem além da alimentação, as luvas e outros equipamentos que usavam na colheita do café. A situação foi descoberta depois que o sogro do professor Harlen Dias, que também foi recrutado pela empresa, entrou em contato com familiares e denunciou a situação dos colegas. De posse dessas informações o grupo Acorda Vargem Grande liderado pelos professores Railson e Harlen Dias, entrou em contato com o prefeito de Nova Rezende Celso José de Oliveira, o Celso da Rádio, que alojou o grupo em uma escola municipal até que esses fossem devolvidos para suas famílias.
Ao chegarem foram unânimes em afirmar que viveram em situação de escravidão no sítio Catalão de propriedade do Sr. Pedro Madeira. O Ministério Público foi informado da situação e além de ajudar no resgate dos trabalhadores está tomando as providências necessárias junto a Polícia federal e ao Ministério Público federal. Dr. Benedito de Jesus Nascimento Neto, promotor de Justiça da Comarca de Vargem grande, acredita que exista outros Vargem Grandenses vivendo em situação semelhante a essa em outros estados da federação.